Eu entendo muito pouco de teatro. Devo ter ido a umas 10 ou 15 peças minha vida inteira. Atuei num grupo durante a infância. Depois adulto com um povo que tava mais preocupado com a loucura que com as técnicas teatrais. Ah, assisti como aluno ouvinte, meio semestre de uma matéria de dramaturgia no curso de teatro da nossa universidade estadual de santa catarina. Aprendi que a essência de uma peça está no conflito. Na verdade curto muito mais cinema. Nesse sim, mergulhei mais fundo. Principalmente como espectador. Embora tenha arriscado algumas coisas por detrás da câmeras. Hoje eu assisti a um filme, adaptado de uma peça: "Dois perdidos numa noite suja". Do Plínio Marcus. Direção do José Jofilly.
Interessante como a gente percebe que a estrutura essencial da peça ainda está lá. Nos cenários, no ritmo dos diálogos. Diria que é uma forma intermediária de arte. Embora não tenha assistido à peça original. É uma busca de linguagem interessante. O Plínio parece ser um cara bem ousado, nos temas e na expressão. Principalmente considerando que a peça é de 1966. Mas isso que é bacana na arte, quando faz a gente pensar, quando gera aquele desconforto que a gente começa a achar a cadeira dura e se mexe e tira a bunda do lugar. A confusão da questão do gênero, a luta pela sobrevivência em contaponto ao sonho, a violência, a prostituição e a arte, tudo isso faz parte do conflito proposto pelo autor.
Eu gostei. Tem momentos que fica cansativo e a expressão do teatro que é sempre mais exagerada, incomoda diante das câmera. Mas vale assistir. E para quem não entende muito de teatro, uma bela chance de aprender mais um pouco.
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